Uma das coisas que mais me fascina acerca da arte da escrita
é o facto de que toda a gente o pode fazer. Com mais ou menos jeito, com mais
ou menos palavras caras, para si ou para o mundo, por esta razão ou por outra.
Nunca escrevi para agradecer. Sempre me pareceu estúpido
porque no fim de contas é algo que pode ser resumido numa palavra. Mas por
vezes dão-nos tanto… Tanto que se torna impossível agradecer com um simples
“obrigada”. O sentimento é demasiado grande para tão pequena e despida palavra.
É o que sinto hoje. É o que sinto sempre que me dá a mão, sempre
que me olha nos olhos e entra no mais profundo de mim. E quando me
abraça…nessas alturas torna-se bastante evidente que até as pessoas mais frias
podem amolecer. São momentos que não precisam de uma fotografia para perdurarem
até ao fim dos tempos.
Se me perguntarem o que é, não saberei responder. Sei, no
entanto, que com o tempo se torna mais que um capricho. Torna-se uma
necessidade. Aprende-se a dizer “preciso de ti” e o “quero-te” carnal vai-se perdendo.
Sei que é isto que quero. E sei que me faz sentir protegida
e desejada ao mesmo tempo. Sei que quero e tenho de agradecer. Só não sei como.
Sabes, há momentos em que coro de vergonha e me apetece
esconder, fugir. Mas a questão é que…eu não vou a lado nenhum. I’m here to stay – e talvez essa seja a
melhor forma de te agradecer.
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