Meu amor,
Primeiro deixa-me dizer-te como quero que esta carta seja:
sincera, de mim para ti, sem rodeios nem palavras caras. Porque é assim que o
amor deve ser.
Num só ano vivi mais do que em toda a minha vida. Fazes-me feliz,
preocupas-te e dás-me tudo aquilo que nunca ninguém me deu.
Como sabes, para mim nunca passaste de um gajo giro com um
rabo bom. Até te começares a abrir. Apesar de tudo o que me disseram durante
meses sempre acreditei em ti. Havia qualquer coisa que me fazia acreditar que
alguém tão bonito como tu também podia ter um bom coração e tratar as mulheres
com respeito.
É por isso que acho que és tudo. Inteligente, amigo,
divertido, (incrivelmente) bom na cama, confiante… Ensinas-me, compreendes-me,
tens paciência para mim, és bom com os outros, tens um coração maior que o teu
rabo! És especial e o mais incrível é o facto de seres meu.
Não foi fácil ultrapassar certas barreiras, sei disso.
Demorou mas a vida não é uma corrida. Ou pelo menos o amor não é. Quando
disseste “quero namorar contigo” foi como se todos os teus medos tivessem sido
postos de parte. Estou bem consciente de que isso não aconteceu. Tens medos,
tal como eu. Todas as discussões que temos levantam as minhas angústias - e por
essas só te posso pedir desculpa. Mas tu consegues acalmar-me com um simples
abraço e acredito que isso só se consegue se estivermos perante a nossa outra
metade.
Não gosto de pensar que já estiveste com outras pessoas. É
horrível imaginar alguém a ter aquilo que é tão sagrado para mim. A nossa
intimidade e a confiança que temos um no outro são coisas que eu nem sabia que
existiam. Nunca imaginei que fosse possível sentir-me tão bem, ter tantas
saudades, precisar tanto e amar tanto alguém.
Há tantas outras coisas que te quero dizer, meu amor, mas o
mais importante é que se as almas gémeas existem, então tu és a minha. Morria
por ti e nem no dia em que suspirar pela última vez vou deixar
de te amar.